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Jô Maloupas

"O resgate não se faz só com palavras. Se faz com atitudes”

Formada em Direito, a cantora acumula projetos que vão desde a organização de um livro, o Perifeminas, lançado em 2013, à participação ativa em coletivos e grupos musicais.

Sua carreira musical teve início em 2002 quando começou a compor suas primeiras letras de músicas, mas foi em 2005, que Jô Maloupas se tornou cantora, impulsionada pela necessidade de expressar o que sentia. Em forma de protesto, fazendo a arte extravasar, formou o grupo Contrabando Sonoro, que teve seu fim em 2007.
Jô Maloupas ainda fez participações no grupo de reggae Guerreiros De Sião. O que foi fundamental na agregação de novos conhecimentos musicais.

Em 2008, junto com Chai e Letícia, fundaram o grupo de rap Odisseia das Flores.
Nesta mesma época, Jô começou a participar de palestras e rodas de debate organizados pelo Portal Mulheres no Hip Hop, e foi no II Fórum de Mulheres no Hip Hop, em 2011, que surgiu a necessidade de trabalhar questões voltadas para as mulheres.

Esta atuação vai desde oficians, à debates, palestras, mobilização social e apresentações coletivas. Atualmente, faz parte dos coletivos: Odisseia Das Flores, Frente Nacional de Mulheres no Hip Hop, São Mateus em Movimento e  Associação Cultural do Véio .
Para ela, fazer parte do grupo é descobrir que é capaz, de através do rap, cantar suas verdades e ser ouvida.

Jô acredita e faz questão de ressaltar que “Temos vários sentimentos, bons e ruins, e é através da música e da arte que transmitimos nossa mensagem".

Leticia Arruda

"Por sua e por minha resistência, é que luto"

Estudante de moda, Letícia acumula paixões que variam entre o esporte e a cultura de rua. Moradora da região do Brás, desde que nasceu praticamente, a cantora conheceu Jô Maloupas aos quinze anos num grupo de capoeira. A identificação instantânea fez com que nascesse ali uma amizade verdadeira, que mais tarde se transformaria também numa grande parceria. Do período da adolescência pra cá, foram muitas as experiências. Na adolescência Letícia se dedicou ao esporte, jogando handebol adquiriu seu vulgo “Manchinha”, mas foi no Skate que começou a flertar com uma nova paixão: o grafite. Esta primeira introdução ao Hip Hop a fez participar de atividades na Casa do Hip Hop em Diadema, e num destes encontros, tomar a decisão de integrar um grupo de rap, a princípio com o objetivo de valorização à mulher, mostrando que todas podem se expressar livremente. Para Letícia, fazer parte do grupo a fez enxergar como as palavras tem poder, além de aprender a cada dia a conviver com pessoas diferentes. “Temos culturas diferentes, e mesmo assim, conseguimos observar as coisas boas que cada uma traz contigo”, afirma. Por trás da timidez, Letícia esconde uma guerreira que não se curva diante das dificuldades. Ela diz que as mulheres precisam ser fortes e ir à luta, para que se amem mais, pois a melhoria e a valorização precisam vir de dentro. “Eu luto pelo resgate do ser, não precisamos de futilidades para ser feliz, temos que ser forte. Nós, que viemos das periferias, filhas de mães solteiras e sem educação nas escolas, temos que correr atrás do prejuízo”.

Chai Odisseiana

"Quem está na luta tem chance de vencer”

Nascida em Franco da Rocha, Chai é filha de um mestre de capoeira com uma artesã. Talvez isto explique o fato da cantora estar tão ligada a cultura tendo o corpo e movimento como expressão de sua arte. Sua paixão pelo Hip Hop começou aos doze anos e desde então vem pautando suas lutas nesta cultura, que a faz conhecer lugares e pessoas a todo momento.
Chai acredita que fazer parte do grupo é transmitir energia positiva a todos que cruzam seu caminho. Hoje, graças à caminhada que trilhou no Hip Hop realiza oficina de poesia na Fundação Casa para os internos. Trabalho no qual se dedica, pois através dele consegue resgatar a autoestima, e o acreditar em si mesmo dos jovens.
“Me sinto muito feliz por estar passando um pouco do que aprendi nesses anos. Realizada por introduzir a escrita, a poesia, a literatura periférica na vida de pessoas que nem sabiam o que era um Sarau”, diz.
Além disto participa do coletivo Frente Nacional de Mulheres no Hip Hop, São Matheus em Movimento e Associação Cultural do Véio, organizado pelo seu pai.

A cantora ressalta que através do Hip Hop sua família tem orgulho da pessoa que se transformou ao longo dos anos.  Uma mulher de atitude e que corre atrás de seus objetivos contra um sistema repressor e materialista.

Para ela, ser Odisseia é lembrar que fazemos parte de uma cultura que tem um papel social muito importante. “Ser Odisseia é ter coragem para falar: não, não, não. É soltar a voz. Ser feliz e verdadeira, ter amor e dedicação pelo que se faz. Acreditar que a arte resgata, e te faz ter certeza que a luta não é em vão”.

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